A Petrobras poderia voltar a investir em poços para exploração de petróleo no Ceará. A informação, que vai na contramão do plano de desinvestimento da estatal – cujo objetivo é gerar entre 20 e 30 bilhões de dólares -, foi dada pelo diretor de Relações Institucionais da estatal, Roberto Ardenghy, nessa segunda-feira (14). Contudo, segundo avaliação do consultor na área de petróleo e gás, Bruno Iughetti, a movimentação não seria favorável para a companhia, uma vez que os poços de petróleo no Estado não teriam um potencial vantajoso para negócios.

Em entrevista ao Estadão/Broadcast, o diretor comentou que a estatal poderia fazer novos investimentos no Nordeste, citando Ceará, Maranhão e Rio Grande do Norte, caso sejam encontrados novos poços com grande potencial de extração. Segundo ele, a empresa vem fazendo estudos nas bacias nesses estados e ainda aguarda os resultados.

“Se a gente conseguir confirmar as expectativas nas bacias do Potiguar, Ceará-Maranhão, na margem equatorial, onde a Petrobras faz trabalhos geológicos, a gente vai voltar. Não temos nenhum problema. No Brasil, 94% das bacias ainda têm que ser avaliadas para a ocorrência de petróleo. Então, há uma grande oportunidade”, disse Ardenghy.

Reflexo desse plano de desinvestimento da Petrobras, os poços de petróleo na Fazenda Belém e Icapuí terão o início de uma nova fase de exploração ainda no primeiro semestre de 2021, pela nova proprietária da área, a 3R Petroleum. A produção diária no local é de cerca de 803 barris segundo dados da Petrobras.

Parlamentares

A afirmação sobre a possível volta de investimentos no Nordeste pela Petrobras foi dada após Ardenghy ser perguntado sobre um movimento de parlamentares em uma campanha para reduzir a venda de ativos nas regiões Norte, Nordeste e Sul do País.

“A gente mantém diálogo constante. Mas a lógica econômica se impõe e mostra que esse movimento da Petrobras é positivo para nós e para as economias regionais”, disse.

Potencial

Contudo, Bruno Iughetti projetou que novos investimentos da Petrobras no Ceará seriam improváveis. Segundo ele, a estatal já realizou estudos nas bacias locais e não encontrou poços com potencial para justificar os aportes.

“Eu diria que é pensar positivo demais. Já foram feitos estudos aqui pela Petrobras e ela não encontrou nenhum campo que pudesse que favorecer economicamente aqui no Ceará, então eu acho que isso não seja uma verdade”, disse.

O consultor ainda afirmou que a operação na Fazenda Belém, pela 3R Petroleum, poderá compensar por conta do porte da empresa, considerada de porte pequeno ou médio no setor de extração e exploração. “As perspectivas são boas”, afirmou Iughetti.

Fonte Diário do Nordeste

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